No sistema de
numeração decimal, os agrupamentos de dez formam as ordens (Unidade, Dezena e
Centena) e a cada três ordens forma-se uma classe. Temos Classe das Unidades Simples, Classe dos
Milhares, dos Milhões, Bilhões, Trilhões, Quatrilhões e assim por diante, rumo
ao infinito.
Segue uma
historinha para descontrair...
Com carinho, profª Evelise
O fim do infinito
... E o Chico aprendeu a contar:
— Um, dois, três...
Passou alguns dias contando até cem, que era até onde
ele sabia. Depois aprendeu o duzentos, o trezentos, o quatrocentos e chegou no
mil e no milhão. E queria saber mais:
—
Depois do milhão vem o quê?
— O bilhão — respondia a mãe.
Aí, ele queria contar até o bilhão. Todos os números!
Já pensou? Foi pedir ajuda pra mãe, mas ela disse que achava muito chato ficar
contando assim de bobeira.
O Chico não achava. Pelo contrário. Era fascinante
descobrir os números. Então, já que não podia contar, queria pelo menos saber o
que vinha depois do bilhão. Descobriu que era o trilhão, depois o quatrilhão,
quintilhão, sextilhão, setilhão e por aí ia até o infinito:
— Infinito? O que é infinito? — perguntou o Chico.
— Infinito é o que não tem fim — respondeu-lhe a mãe.
Que coisa mais engraçada era aquela! Como não tem fim?
Ele, que estava louco pra saber qual era o último número que existia, ouvia
falar em infinito. O Chico não estava entendendo nada.
— Mas, mãe, eu quero saber qual é o último número que
existe.
A mãe do Chico pegou um papel e um lápis e explicou:
— Olha, Chico, eu posso pôr cada vez mais números sem
parar. — E fez um numerão assim:
123456789012345678901234567890 e continuou explicando:
— Se eu quiser, posso continuar pondo números aí nesse
número sem parar. Não tem fim. Entendeu?
O
Chico disse que sim, mas não estava convencido. Não passou muito tempo e ele
ouviu falar no infinito. Foi um dia em que o pessoal estava falando de um certo
cometa Halley:
— Ele vem lá dos confins do infinito!
O Chico quis saber:
— Tio, onde é o confins do infinito?
O tio levou o Chico no quintal e apontou pra cima:
— Lá é o infinito. E o cometa vem de lá, dos confins
do infinito.
Agora,
sim, é que tinha se complicado mais. Lá em cima era o céu, não o infinito.
Então o infinito era o céu. E começou a imaginar todos os números subindo,
subindo, até chegar no infinito. Ou seria no céu?
Um dia, o Chico foi à casa de seus primos. E foram
todos pra cozinha fazer uns bombons deliciosos. Todos a postos, pois esse
bombom é feito com a ajuda das crianças. Logo o doce ficou pronto. Às
colheradas, eles devoravam a massa, sem paciência para esperar que fosse
transformada em bombons.
—
Eu adoro esse bombom! — dizia o Silvinho.
— Eu gosto mais do que você! — respondia o Pedro.
— Eu é que gosto mais — disse o João. — Eu gosto
infinito!
Nesse
momento, o Chico começou a imaginar uma pilha de bombons que ia até o céu:
—
João, vai até o céu o que você gosta de bombom?
—
Não, Chico — respondeu o João. — Gostar infinito quer dizer gostar muitão.
Bom,
com essa bagunça toda, o Chico resolveu não pensar mais no infinito. Passou um
tempão e ele nunca mais falou nem ouviu falar no infinito, até que um dia foi
trabalhar com a mãe dele...
Ele
ficava escrevendo a máquina o que estava escrito numa revista em quadrinhos. De
repente, na seção de jogos, uma coisa chamou-lhe a atenção. Estava escrito
assim: “Um infinito de brincadeiras para você!”
Como das outras vezes, o Chico
começou a imaginar uma pilha dessas brincadeiras, que saem em revistas, subindo
até o céu. E decidiu que, dessa vez, a mãe tinha que explicar até ele entender.
Levantou decidido e foi até a mesa dela:
—
Mãe, infinito tem ou não tem fim? — perguntou bravo e bem alto.
Antes
que a mãe respondesse, foi uma gargalhada geral na redação. E o Chico, encabulado,
ajuntou:
—
Ah, é, já sei, já sei! Infinito é o que não tem fim.
E
pensou:
—
Droga! Esse mistério é infinito!
FIM
Texto de
Salete Brentan
Revista Alegria
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